Um terreno fora do comum nos convidou a repensar caminhos e, a partir dele, nasceu uma casa que se recusa ao óbvio, mas abraça o essencial. A implantação e os volumes seguem essa mesma lógica: não buscam a regularidade, mas sim um sentido próprio, quase como um deslocamento — um offset do desenho original do lote, reinterpretado em arquitetura. A organização vertical mantém-se clara: no térreo, as áreas sociais se abrem para o convívio; no pavimento superior, a intimidade se preserva; e no subsolo encontram-se garagem, áreas de apoio e um espaço especial — uma verdadeira man’s cave, onde um dos moradores pode se recolher para desfrutar da arte do charuto em silêncio e contemplação.

Nos interiores, escolhemos materiais leves e suaves, capazes de acompanhar o cotidiano de um casal com sua filha pequena, mas também de receber amigos, abrigar uma coleção de artes e tapetes, e guardar novas memórias de uma vida pautada pela leveza.

Trata-se de uma casa simples, prática e, ao mesmo tempo, diferente. Uma arquitetura que não se impõe pelo excesso, mas pela clareza e pelo cuidado em transformar o incomum em acolhimento.